sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Edith Piaf e sua cinebiografia (Piaf - Um hino ao amor)

Título original: La Môme
Lançamento: 2007
País: França, República Tcheca, Inglaterra
Direção: Olivier Dahan
Atores: Marion Cotillard, Sylvie Testud, Pascal Greggory, Emmanuelle Seigner.
Duração: 140 min
Gênero: Biografia/ Drama



Edith Piaf, ou Edith Giovanna Gassion, nasceu em 19 de dezembro de 1915, em Belleville, quartier popular de Paris. Sua mãe cantava em cafés e seu pai, ex-ator de teatro, era acrobata de rua. A pequena Edith foi abandonada pelos pais ainda bebê, ficando por 18 meses na casa da avó, em um ambiente de extrema insalubridade. Depois da temporada com a avó, a criança foi deixada pelo pai em um prostíbulo onde a mãe trabalhava. Aos três anos, Edith ficou cega devido a uma doença chamada queratite. Ela recuperou a visão aos sete anos. Após retornar da Primeira Guerra Mundial, o pai buscou a menina e a levou para viver com ele. Eles passaram a se apresentar em circos itinerantes e em ruas de toda a França. Aos 18 anos, Piaf teve uma filha que faleceu, aos dois anos, de meningite. 

A partir dos 14 anos, Edith começou a cantar nas ruas. Ela recebeu o apelido de “la môme Piaf” (“pardalzinho”, em francês coloquial) aos 20 anos por Louis Leplée, seu primeiro mentor, dono do cabaret Le Gerny's. Ele a descobriu cantando na rua. A partir de então, o sucesso de Piaf foi meteórico. Ela se tornou a cantora francesa mais famosa dentro e fora da França. No final, dos anos 40, ela fez uma temporada de shows nos Estados Unidos, onde conheceu Marcel Cerdan, famoso pugilista, por quem se apaixonou perdidamente. Ele morreu em um acidente de avião em 1949, deixando-a completamente arrasada.  Piaf tinha poliartrite aguda e tornou-se dependente de morfina. Ela morreu aos 47 anos, em 1963, devido aos excessos, à dependência química e ao sofrimento. 

O drama Piaf - Um hino ao amor relata os principais acontecimentos da vida da cantora. Este é o filme mais conhecido de Olivier Dahan, que também assinou o roteiro do filme, junto com Isabelle Sobelman. O cineasta francês de 44 anos optou por não adotar uma cronologia convencional, realizando vários saltos no tempo. Essa estrutura adotada pelo diretor talvez seja o único ponto fraco do filme, já que ela confere à narrativa um tom confuso e, por vezes, caótico. Assim, algumas questões vêem, eventualmente, à mente do espectador: “Isso aconteceu quando exatamente na vida da protagonista?” ou “Passaram-se meses, dias ou anos?” O filme também deixa algumas pontas soltas com relação a alguns personagens importantes, como Simone (Sylvie Testud) e Louis Léplée (Gérard Depardieu). 

As qualidades do longa parecem, no entanto, superar suas falhas. A bela fotografia de Tetsuo Nagata pontua muito bem, através das cores, as fases da vida da protagonista. Nagata adota tons frios no início e no fim da vida da cantora e tons quentes e cores vibrantes no auge de seu sucesso. O trabalho de maquiagem também é fantástico, conseguindo transformar a bela atriz Marion Cotillard em várias Piaf’s: a jovem e pobre; a bela e rica; e a doente e decadente. E o que dizer da deliciosa trilha sonora, recheada de músicas de Piaf, assim como de outras famosas canções francesas? A direção de Dahan também nos presenteia com belos momentos. O mais bonito deles é o plano sequência que mostra a protagonista descobrindo a morte do amante, Marcel. A sequência termina com uma bela transição para o palco, linda metáfora da superação da dor através da arte. 

Marion Cotillard é o grande trunfo do filme. A performance da atriz é, sem dúvida, uma das melhores e mais impactantes da última década. Sua composição é extremamente minuciosa. Ela parece, por exemplo, se diminuir para ficar com os 1.42m de Piaf. Impressiona também o fato da atriz retratar tão bem as diversas fases da vida de Edith Piaf: a insegurança da juventude, a confiança que veio do sucesso, o efeito das perdas, a dependência química e todos os altos e baixos da vida da cantora. 

Piaf – Um hino ao amor ganhou o Oscar de Melhor Atriz e Melhor Maquiagem. O filme francês é um impactante drama biográfico, essencial para quem admira a inigualável cantora francesa, mas também para quem quer ver uma bela produção, com uma atuação inesquecível de sua protagonista. 

Assista ao trailer:


3 comentários:

  1. Amo Piaf. Sua história é muito cheia de amor. O filme retrata muito bem isso. Beijos.

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  2. A atuação de Marion Cotillard é sobrenatural! incrível mesmo e segura o filme com todo seu vigor. Acho que a narrativa, numa segunda conferida ao filme, não é mais confusa. Eu já vi este filme 3 vezes e sempre me emociono. É um belo retrato de uma artista que tinha tudo pra viver mais...

    Bom demais seu texto, parabéns!

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  3. Piaf baixou em Marion Cotillard, atuação que me deixou boquiaberto. Adoro Piaf, é uma bela biografia para uma cantora que merece isso e muito mais.

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